Ele agia sempre tão impecavelmente bem que todas as minhas suspeitas de que havia algo errado nessa história se esvaíam com o tempo.
Eu o admirava cada vez mais. Pela elegância, pelas conversas sempre tão agradáveis, por sua beleza...
Com o tempo, sem querer, fui me afeiçoando a ele. E fazia mil e uma coisas para impressioná-lo. Comecei a me produzir sempre. Estava sempre bem penteada, bem vestida e perfumada. Passei a estudar diariamente francês e buscava aperfeiçoar minha fala. Queria me igualar a ele para que não ficasse para trás. Além disso passei a treinar uma música no piano clandestinamente, todos os dias enquanto ele saía.
Passaram-se três meses, e então certa noite eu me vesti com um vestido branco longo que ainda não tinha usado. Fiz um penteado bonito e coloquei luvas de cetim. Eu estaria parecendo uma noiva no Brasil, mas na França eu era apenas uma dama muito chique. O batom vermelho quebrava todo o tom claro de minha roupa, mas casava-se perfeitamente bem com todo o modelito.
Bati a porta de seu quarto. Ele atendeu. Disse que tinha uma surpresa e pedi que ele fechasse os olhos.
Sentei-me diante do piano e comecei a tocar a música. A música que a meses vinha ensaiando. A música cuja cifra encontrei em seus pertences. E toquei-a com toda minha alma. Todo meu corpo e coração. Com a maior intensidade que cabia em meus dedos. Toquei, até com os olhos fechados, sem saber aonde eu queria chegar com tudo isso.
Tamanha foi minha surpresa e alegria ao sentir repentinamente seus lábios macios encontrarem os meus...
Minhas mãos se levantaram do piano e abraçaram seu pescoço. Eu me levantei, e ele abraçou minha cintura, enquanto ainda nos beijávamos.
Naquele instante não havia pensamento algum se passando por minha mente. Não haviam preocupações. Não haviam problemas. Não havia nada, nada além daquilo que estava acontecendo.
Um calor forte se concentrava ao redor de meu coração. Chama forte a arder em meio peito. Aquele momento era de tal intensidade para mim que não sei descrever. Eu tinha 15 anos. E aquele beijo em Pierre talvez fosse o momento que me proporcionasse a melhor sensação que eu poderia ter sentido nos últimos meses.
Quando o beijo terminou ficamos abraçados. Não sei por quanto tempo. Nossos olhares estavam fixo um no outro, e nenhum dos dois se atreveria a desviar.
Sorri. Expontaneamente. Com vontade. Um belo sorriso sincero. Que ele retribuiu.
- Vou pegar minha bolsa.
E saí pesarosamente de seu abraço. Ao cruzar a porta, saí saltitante a correr até meu quarto, sem sentir desconforto algum em correr de salto, como se o chão fosse repleto de plumas sob meus pés.
Estava sim absolutamente feliz.
Eu o admirava cada vez mais. Pela elegância, pelas conversas sempre tão agradáveis, por sua beleza...
Com o tempo, sem querer, fui me afeiçoando a ele. E fazia mil e uma coisas para impressioná-lo. Comecei a me produzir sempre. Estava sempre bem penteada, bem vestida e perfumada. Passei a estudar diariamente francês e buscava aperfeiçoar minha fala. Queria me igualar a ele para que não ficasse para trás. Além disso passei a treinar uma música no piano clandestinamente, todos os dias enquanto ele saía.
Passaram-se três meses, e então certa noite eu me vesti com um vestido branco longo que ainda não tinha usado. Fiz um penteado bonito e coloquei luvas de cetim. Eu estaria parecendo uma noiva no Brasil, mas na França eu era apenas uma dama muito chique. O batom vermelho quebrava todo o tom claro de minha roupa, mas casava-se perfeitamente bem com todo o modelito.
Bati a porta de seu quarto. Ele atendeu. Disse que tinha uma surpresa e pedi que ele fechasse os olhos.
Sentei-me diante do piano e comecei a tocar a música. A música que a meses vinha ensaiando. A música cuja cifra encontrei em seus pertences. E toquei-a com toda minha alma. Todo meu corpo e coração. Com a maior intensidade que cabia em meus dedos. Toquei, até com os olhos fechados, sem saber aonde eu queria chegar com tudo isso.
Tamanha foi minha surpresa e alegria ao sentir repentinamente seus lábios macios encontrarem os meus...
Minhas mãos se levantaram do piano e abraçaram seu pescoço. Eu me levantei, e ele abraçou minha cintura, enquanto ainda nos beijávamos.
Naquele instante não havia pensamento algum se passando por minha mente. Não haviam preocupações. Não haviam problemas. Não havia nada, nada além daquilo que estava acontecendo.
Um calor forte se concentrava ao redor de meu coração. Chama forte a arder em meio peito. Aquele momento era de tal intensidade para mim que não sei descrever. Eu tinha 15 anos. E aquele beijo em Pierre talvez fosse o momento que me proporcionasse a melhor sensação que eu poderia ter sentido nos últimos meses.
Quando o beijo terminou ficamos abraçados. Não sei por quanto tempo. Nossos olhares estavam fixo um no outro, e nenhum dos dois se atreveria a desviar.
Sorri. Expontaneamente. Com vontade. Um belo sorriso sincero. Que ele retribuiu.
- Vou pegar minha bolsa.
E saí pesarosamente de seu abraço. Ao cruzar a porta, saí saltitante a correr até meu quarto, sem sentir desconforto algum em correr de salto, como se o chão fosse repleto de plumas sob meus pés.
Estava sim absolutamente feliz.
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