quinta-feira, 15 de julho de 2010

Aos Pedaços


Como a mais fina porcelana que acaba de se estilhaçar em mil cacos pelo chão: é assim que se encontra meu coração.
Ele já esteve assim antes. Mas quando se quebra pela primeira vez, acho que os cacos são maiores e mais fáceis de colar. Então, se tornar a cair e a quebrar, os cacos ficam menores, e o conserto parece impossível. É assim que me sinto. É exatamente dessa maneira que estou.
Os segundos são tão longos que soam incontáveis. Há algum tempo desisti de contá-los. Agora eles são apenas algo com que sei que não há como lutar, que eles vão continuar a passar e a passar, a envelhecer-me e a esvair a vida de meu corpo aos poucos, incontrolável e lentamente.
Mas o tempo não significa muito para mim diante de como me sinto.
Eu fico aqui, pensando nele, a contar os caquinhos que são a palpável conclusão de que o amo... Esperando... - não sei o que espero - Talvez ele desista da outra e olhe pra mim... - não creia no impossível - O impossível não está assim tão distante...
Em meio a soluções e respostas pessimistas num diálogo confuso e doentio comigo mesma, a imagem dele invade toda minha mente, e os cacos estão todos colados.
E de repente, uma lembrança vem indignar-me: o beijo deles que partiu meu coração.

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