sábado, 15 de outubro de 2011

Fraquezas Humanas: são tão comuns quanto encontrar areia na praia...

Cometer erros é tão comum quanto respirar. Somos fracos demais, agimos por impulso, sem pensar nas conseqüências. Pensamos no agora e não no amanhã.
Mesmo que se tenha absoluta consciência do que nossas ações podem acarretar, não deixamos de fazer as escolha erradas. A voz do coração sempre é mais alta. Só que coração não pensa, coração não é cérebro (eis um fato).
Às vezes uns errinhos nos trazem alegria. Mas depois viram uma tempestade. Não é possível levar uma vida 100% correta: o simples fato se sermos humanos já nos deixa intimamente ligados ao ato de errar. Porém, devemos tentar dosar os erros, a começar por não repeti-los.
É preciso encontrar um ponto de equilíbrio em nossa própria vida. Não se tem tudo o que se quer, não se consegue absolutamente tudo que se almeja, mas talvez a felicidade nem esteja nisso.
Talvez a felicidade esteja escondida entre as pequenas coisas.

sábado, 27 de agosto de 2011

Sentir as Emoções...

A vida não tem só de ser vivida, é necessário senti-la. Sentir emoções é sentir a vida.
Às vezes pensamos demais e vivemos de menos. É claro que responsabilidade é importante, mas por que não se entregar as emoções? Talvez você sofra mais tarde, ou talvez você seja espetacularmente feliz. Já não dizia o Rei que "se chorei ou se sorri o importante é que emoções eu vivi?"
Gosto de me entregar aos sentimentos. Cada emoção é única, é uma sensação distinta, é um prazer desconhecido, e um conhecimento adquirido. Viver sem as grandes emoções é deixar páginas em branco no livro da vida.
Sentir uma emoção é vivenciá-la de forma tão intensa, como se uma chaminha se acendesse no coração. E aquela chaminha se acende, vira fogo forte que queima e se alastra pelas veias... E esse incêndio é controlado pela maré de alegria que invade o corpo naquele momento... E então você sente: a emoção está ali.
Depois que se sente uma grande emoção, você se vicia e quer sentir de novo. Adrenalina é quase que uma droga. Então você quer saber qual o segredo daquilo, o que te levou a se sentir de forma tão intensa, o que te emocionou. O cenário é importante, importantíssimo, mas o segredo está na companhia.
Afinal o que faz um lugar bom não são os elementos que nele se encontram, e sim as pessoas. E desta forma as coisas funcionam. A vida, a alegria e as emoções.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Correr atrás dos próprios sonhos: importante e indispensável

Os sonhos são umas das coisas que mais intrigam os seres humanos. Bastante estudados pela ciência, alvos de livros de psicanálise, não se sabe explicar ao certo por que eles são tão importantes e por que nos fazem tão bem.
Apesar de não haver uma explicação convicta para todas as pessoas, sabe-se que os sonhos são essenciais. Eles nos motivam, nos levam a seguir em frente, interferem em nossas decisões, influenciam nossas atitudes... Se os nutrientes são o combustível do corpo, os sonhos devem ser o combustível do que chamamos de "alma".
Sonhar nos torna mais humanos. Mais pessoas de verdade, já que hoje em dia muitas vezes caímos na rotina e agimos de forma tão automática, que nem nos lembramos de parar para pensar. E é exatamente isso, pensar, que nos diferencia de qualquer forma de vida existente.
Algumas pessoas pensam que sonhos são inviáveis. Por que seriam? Antes de afirmar a "não-viabilidade" dos sonhos, já ao menos testou? Ao menos correu atrás dele? Tentou tornar ao menos parte dele possível?
Não se acomode, não deixe seus sonhos adormecidos. Lute por eles!
Shakespeare dizia que somos dos tecidos dos sonhos. Então, de que tecido você é?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Me Ame

Seus olhos encontram os meus
e é impossível não sorrir
Seus beijos fazem meu coração disparar
Meu amor, é impossível não te amar!

Você não sai dos meus pensamentos
e todo tempo quero com você estar
Quero sua companhia, ouvir sua voz,
Quero seus braços a me abraçar!

Os minutos pingam devagarzinho...
Vão um a um a passar
Demoraremos a nos escontrar?

Não sei o momento exato
Em que por você me apaixonei
Só sei que te amo. Me ame também?!

Carolina Vargas

sábado, 7 de maio de 2011

A Dama da Noite

Olhe só para ela
Vestido curto, pernas a mostra
Um decote nas costas
Surge no meio da noite

Ah... dama da noite
não teme as sombras do relento
Atravessa ruas e ruas
Correndo contra o vento

A dama da noite
se encanta pela escuridão
Imersa em pensamentos
Olha o céu e canta uma triste canção

Pobre dama da noite...
Bela moça de olhar triste, vazio
Todos a julgam por seu corpo a mostra
Mas, ao ver seu olhar, sinto um arrepio

Ninguém mira seus olhos. Apenas suas pernas.
E com seu olhar vago, segue sem rumo
Haverá alguém que um dia compreenda aquele olhar?
Haverá alguém que a faça feliz?

Ah... Dama da noite
Cuidado com teus passos
Cuidado com teus atos
E com quem surge em teu caminho...

A dama da noite é mais do que
suas vestes dizem
Ela é mais que a dama da noite
Ela pensa, ela sente, ela ama
Ela magoa e chora
Ela vaga. E existe.
Alguém sabe disso?


Carolina Vargas

terça-feira, 3 de maio de 2011

Para refletir ao pôr-do-sol...


Haverá momentos dos quais jamais nos esqueceremos. Haverão dias de intensa alegria... Haverão dias de intensa tristeza... Haverá momentos em que toda a força de nossa mente se concentrará para esquecê-los. Assim como haverá aqueles que ocuparão nossa memória todos os dias antes de dormir... Quando se deitar, você ficará repassando cada segundo, cada detalhe, cada toque, cada componente do cenário... Porque foi algo bom demais para ser levado pelo tempo.
Ah, o tempo. Sempre a passar. É algo que vai além do que os ponteiros do relógio conseguem cronometrar. E ninguém neste mundo é ou será capaz de controlar! O tempo passa e a cada segundo as coisas mudam. o tempo leva e traz pessoas. O tempo leva e traz emoções, sentimentos, transforma os corações, transforma as paisagens. O poderoso tempo.
Às vezes o tempo me assusta. tenho medo do que ele reserva... Do que trará para o futuro. Mas o tempo não se deve temer... Deve-se receber o que ele trouxer e buscar novas maneiras de tornar o que ainda está por vir melhor...
Mas, traga as alegrias e as tristezas que forem, tudo sempre se entorpece ao pôr-do-sol... Ainda que por um momento.
Afinal, ao fim da vida, não nos lembraremos de tudo o que foi vivido, mas apenas daqueles momentos que se incrustaram no coração, sendo demasiadamente fortes para serem arrastados pelo tempo...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

E se... Eu pudesse voar?

Não que eu seja ingrata. Agradeço a Deus por poder andar, caminhar, correr...
Adoro a sensação de firmeza sob meus passos. É adorável sentir a areia sob os pés, a água, a terra, a grama... Mas, é inevitável imaginar como seria incrível voar.
Se pudesse voar, descobriria uma sensação oposta a firmeza, oposta a estabilidade do chão... Seria fácil compreender o que significa o abstrato, aquilo que existe mas que não é tocável ou facilmente descrito, seria fácil compreender isso se eu pudesse voar.
Ah... O que eu não faria se tivesse um par de asas...
Se pudesse voar, subiria até o pico de uma grande montanha e saltaria de lá. O vento iria soprar forte na direção do meu rosto, umas quinze vezes mais forte do que quando estou correndo. A gravidade puxaria-me veemente para o chão, e quando eu quisesse cessar a queda, precisaria apenas de bater minhas asas e me entregar a imensidão dos ares da atmosfera...
Se eu pudesse voar, daria uma volta completa pelo mundo sem gastar um centavo com passagens de avião. E seria ainda mais divertido. Seria apenas eu, o céu e minhas asas, sem quaisquer interferências mecânicas.
Subiria sem problema algum ao topo da Torre Eiffel. Daria um pulinho até a Torre de Piza. Regressaria ao meu país e repousaria sobre o ombro do Cristo Redentor...
Iria aonde quisesse... Percorreria a distância que fosse... Seguiria as estradas sem me preoucupar com placas, já que meu campo de visão seria muito mais amplo.
Quando estivesse entristecida, bateria asas e me isolaria na floresta. Quando contente, poderia rumar à uma praia e fazer festa.
Eu seria o ser mais livre do universo...
Ah... Se eu pudesse voar...



Carolina Vargas

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Pianista e O Colar - Capítulo XV FINAL

Certas coisas na vida não fazem sentido.
Não há nexo, não há coesão ou coerência... As coisas simples e subitamente vão acontecendo. Apenas isso.
Peguei um avião e rumei para um lugar óbvio demais para que me encontrassem: Brasil!
Fui para casa. Na verdade, para o sul.
Deu muito trabalho no começo pois eu era menor de idade, e vivia como se fosse adulta.
Terminei meus estudos, me esforcei a beça... Mas acabei me dedicando ao que eu sempre amei: ao piano.
Comecei tocando em bares, até ficar mais conhecida e passar a me apresentar frequentemente no teatro municipal.
Mas... Eu sempre fui seguida de perto pelo medo, pela incerteza, pelas sombras do passado, pela certeza de que meus dias estavam contados, meus dias estavam contados até que o cafajeste pelo qual me apaixonei aos quinze anos me encontrasse e terminasse com minha vida.
E era apenas outra noite com platéia e música quando...


FIM


(sugestão:ler o capítulo I outra vez para melhor compreender a história).

A Pianista e O Colar - Capítulo XIV

Segui-lo me deu um pouco de trabalho, mas não foi tão impossível quanto eu imaginei.
Ele andou alguns quarteirões e entrou em um prédio. Isso me deu trabalho pois tive de prestar atenção nos andares que o elevador parou e tive sorte de vê-lo descer do quarto andar, pela câmera de segurança. Subi em seguida.
Ele entrou em uma sala. Em seguida pareceu ter esquecido algo e saiu, deixando a porta entreaberta. Foi quando eu corri, entrei e me escondi.
Em seguida levei o maior susto da minha vida. Ele retornou a sala, com uma pessoa.
Minhas remotas hipóteses foram então confirmadas.
Eu não estava preparada para levar esse tipo de choque. Foi tudo demasiadamente assustador e repentino.
As órbitas de meus olhos agora estavam inundadas de lágrimas.
Vivo... Este tempo todo... E sem sequer me dizer nada... Eu não podia acreditar nisso. Mas, como poderia duvidar de algo que meus olhos confirmavam?
Ele segurava uma maleta. Os dois se sentaram.
- Como ela está? - Foi a primeira coisa que meu pai disse.
- Está bem. - Foi tudo que Pierre respondeu.
- Está na cidade? - perguntou papai.
Ele nem sequer sabia meu paradeiro então?
- Talvez. Não é seguro confirmar ou negar essa informação.
Papai inspirou e soltou o ar fortemente.
- Tenho uma surpresinha. Pode ser que você goste. - Papai falava com sarcasmo.
Ele abriu a maleta, e os olhos de Pierre se irradiaram de um brilho intenso e tenebroso. Senti os pêlos de minha nuca subirem gradativamente um a um.
- Con-conseguimos! - exaltou-se Pierre.
- Não foi fácil.
- Pouco importa. Agora ele é meu. Sua dívida com minha família está paga.
- Como ficará minha filha?
- Cuidarei dela. Vou estudá-la e quando ela tiver condição de se manter sozinha, nos separamos. Vou honrar a promessa que te fiz, fique calmo. O que importa é que eu tenho o colar. Seria capaz de matar alguém caso esse alguém me roubasse ele de novo.
Bastou. Já havia ouvido Baboseiras demais. Minha mente foi preenchida por uma ideia absolutamente insana. Conferi minha bolsa: 1000 euros. Algumas jóias. Era tudo o que eu tinha além da roupa do corpo.
Sai debaixo da mesa.
- Mataria até mesmo a mim? - meu olhar era desafiador, e fixo no dele.
Papai estava surpreso. Me deu um abraço.
- Alícia, me desculpa! Por tudo! Deixe-me lhe contar a verdade...
Eu esperava uma resposta.
- Qualquer um que se atrevesse a tomar o que é meu. - retribuiu Pierre.
Meu olhar saiu de Pierre para o de meu pai, o de Pierre um olhar duro, o de papai amargurado. Sem medir as consequências, peguei a maleta e saí correndo.
Corri e os dois vieram atrás de mim. Corri, em disparada, entrei no elevador e consegui fechar a porta antes que eles entrassem. Murmurei um "adeus papai".
Comecei a chorar mais desesperada.
Continuei correndo e tomei um táxi na porta do prédio. "From Airport." Torci para o táxi entender o que eu disse. Assim que ele acelerou observei papai e Pierre, na porta do prédio me procurando.
Não havia para onde ir.

A Pianista e O Colar - Capítulo XIII

Toc toc.
Pierre estava batendo a porta.
Eu precisava encará-lo como se nada tivesse acontecido ou melhor, como se nada tivesse sido lido.
Calcei a pantufa, coloquei o roupão de seda, fiz um rabo de cavalo improvisado e abri a porta.
- Bon jour, má chérie - disse ele no tom adorável, como de costume.
- Bon jour mon cher. Comme ces't su nuit?
- Tré bien, merci, madamouseille. Et vous? Rêve beaucoup choses?
- Não. Não me lembro de ter sonhado. - Encerrei a conversa em francês.
Ele me encarou um pouco e eu olhei para ele. Ele estava bem vestido, parecia que ia sair.
- Preciso resolver uns assuntos. Partimos para Madri em três dias.
Me assustei. Pensei que fôssemos hoje, aliás, iria arrumar tudo correndo.
- Pensei que fôssemos hoje.
Ele pensou um pouco e respondeu.
- Precisei adiar um pouco. Alguns assuntos pendentes. Nada que precise lhe preocupar querida. Desça, tome seu café tranquilamente e em seguida volte para o quarto e comece a fazer a mala. Talvez eu antecipe a data.
Assenti sutilmente.
Ele se despediu e saiu.
Assim que ele se virou de costas, fechei a porta. Demorei apenas dois minutos para estar completamente vestida. Coloquei alguns acessórios para evitar ser facilmente reconhecida: chapéu, cachecol, óculos escuros bem grandes...
Tranquei a porta e saí correndo. Iria segui-lo e descobrir toda a verdade acerca do que estava acontecendo. Ou meu nome não era Alícia Grings.

A Pianista e o Colar - Capítulo XII

As cartas eram atuais.
Penso até que haviam sido escritas há poucos dias.
Tratavam basicamente sobre o mesmo assunto: o diamante. Mas o que realmente me intrigou, foi que em todas elas haviam algo em "obs" do tipo: "cuide bem dela", "me mande notícias dela", "ela recebeu meu presente?" esse tipo de coisa.
Um forte solavanco em meu peito pareceu interromper o ritmo de minha respiração. Foi como se os fatos estivessem começando a clarear. As coisas de repente fizeram sentido. E eu não sei se queria que isso tivesse acontecido.
A letra me era muito familiar. Mas, não era possível que isso estivesse acontecendo, ou era?
A letra parecia com a letra do meu pai.
Mas, até onde eu sei, ele estava morto.
Aliás, era exatamente por ele estar morto que eu fui sequestrada por um estranho que se tornou meu pretendente e estava passeando fora de época na cidade mais romântica do mundo, Paris, com ele.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
E se... E SE meu pai estivesse vivo?
Onde estaria? Porque não fez contato comigo? Porque está deixando um estranho cuidar de mim? E mamãe? Estaria viva também? Novamente eu estava inundada de dúvidas. E não sei se estava feliz ou triste, simplesmente não sei como definir o que eu eu senti naquele momento.
Guardei as cartas e retornei ao meu quarto.